domingo, 23 de novembro de 2014
DILMA SENTIU O GOLPE?
As especulações sobre os novos ministros a serem anunciados, especialmente em relação a Katia Abreu e Joaquim Levy, trouxe muita preocupação aos militantes de esquerda. Eu, senti o golpe!
Em se concretizando as indicações, expressa uma visão de buscar o centro (e mais além) na política e acalmar os mercados, adaptando-se a uma espécie de chantagem. Também mira na recomposição da maioria no congresso Nacional.
Uma visão pragmática, que reage ao ataque golpista patrocinado em várias frentes – judiciário; PF; Congresso; Grande Mídia.
A estratégia é clara, não dar tréguas ao governo, buscando sua destituição ou sangrar até as eleições 2018.
Será que a Presidenta, diante desse cenário sentiu o golpe e teve que pactuar com o inimigo?
“Os homens fazem sua história, mas não nas condições que escolheram” (Marx).
Mas creio que o excesso de pragmatismo não seja a solução para as dificuldades. Pode trazer outras mais sérias como o isolamento da única base social que mantem-se fiel nos momentos difíceis, os movimentos sociais, os trabalhadores.
Confiar nos escorpiões pode ser fatal no final da travessia.
A frustração pela falta de sinalização e de diálogo com o lado popular, pode ser desastroso a médio prazo.
Creio que não devemos ter medo de ousar. O antídoto contra o golpe em gestação é aprofundar as mudanças. É apontar para uma Revolução, uma Revolução Democrática que empodere o povo.
O governo e, a presidente Dilma em especial, precisam se comunicar melhor, consolidando uma relação de confiança com o povo.
Espero que sejam especulações e que o governo venha a público, com medidas concretas,
para tranquilizar os movimentos populares, o povo progressista.
“...Sem confiança nada funciona. Sem confiança o contrato social se dissolve e as pessoas desaparecem, ao se transformarem em indivíduos defensivos lutando pela sobrevivência”. (Castels)
Independente da estratégia palaciana, os movimentos populares, os partidos progressistas, o povo em geral precisa se armar para garantir a necessária ofensiva. Não ter medo de triunfar.
Não ficar no berço esplêndido, esperando pelo governo.
Depois da rebelião húngara de 1956, Lukacs, quando preso e perguntado por um oficial da KGB se estava armado, calmamente levou a mão ao bolso e entregou-lhe uma caneta.
Sim, a caneta, a escrita, as redes sociais são armas importantes.
Mas as ruas são o caminho. Organizar o povo, conscientiza-lo, o desafio.
Definir consignas que mobilizem. Quebrar ovos e cristais se preciso, sem aventureirismo, compreendendo a correlação de forças.
Eu já estou com minha bandeira e o megafone.
Peguei minha caneta, meu Smartphone e meu boné cubano.
Comprei um tênis novo (teremos muito que caminhar) e peguei meu saco de vozes e o meu outro para enfrentar o grande irmão que quer nos manipular, sempre.
Para defender o Governo legitimamente eleito e/ou para não deixá-lo refém do conservadorismo, cobrando as mudanças necessárias e prometidas.
“Porque la democracia no se consolida con odio y miedo sino poniéndola al servicio de la gente”. (Podemos - Espanha)
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