“Que
tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?” Brecht
É
óbvio que está em marcha uma tentativa de golpe à soberania
popular.
É
óbvio que a democracia está em xeque, onde as elites buscam
retomar o controle da agenda econômica, política e social.
É
óbvio que se o golpe for consumado, os trabalhadores serão os
maiores prejudicados pois a agenda retrógrada anda junto com a
tentativa de apear do poder a presidenta legitimamente eleita.
É
óbvio que não existem motivos jurídicos, legislativos,
constitucionais para legitimar a intenção golpista.
É
óbvio que a pauta dos articuladores do golpe buscam o estado mínimo,
destravar as amarras para privatizações, diminuir o custo do
trabalho modificando legislações, beneficiando o grande capital.
É
só analisar com atenção as propostas do então candidato a
presidente Aécio, ver com atenção as medidas do governo Alckmin em
São Paulo, Richa no Paraná, Sartori no Rio Grande do Sul, entre
outros. Também é balizar avaliar minuciosamente a proposta “Pontes
para o Futuro” do PMDB.
É
um óbvio ululante que o PSDB de Aécio articulam o golpe há muito.
Mas também é óbvio a postura de Michel Temer na mesma balada. Só
os cegos, os golpistas e os idiotas não veem a conspiração de
Temer.
É
óbvio que via Congresso Nacional sob comando de Eduardo Cunha, um
salafrário conhecido a muito (tão óbvio), implementa várias
medidas contra o povo: terceirizações; abertura capital das
estatais, criminalização da mulher em situação de aborto,
maioridade penal, etc.
É
obvio que a grande imprensa é sócia e patrocinadora do golpe.
Também,
não deixa de ser óbvio, a equivocada escolha do governo Dilma por
uma política econômica recessiva que afasta sua base de
sustentação, potencializando a crise política.
Portanto
defender o óbvio é tarefa central.
Acima
de tudo defender a democracia é a grande causa do momento.
Mas
devemos debater o porquê para grande parte da população essas
questões não são tão óbvias.
A
opinião pública está em disputa. O povão está assistindo, não
têm plena consciência da gravidade da crise.
A
esquerda tem propostas de futuro mas ainda não foram assimiladas
pela classe trabalhadora, eis um desafio essencial.
Não
basta lutar, precisamos saber pelo que estamos lutando, unificando
nossas bandeiras de luta e traduzindo adequadamente para que sejam
assimiladas pela classe trabalhadora.
As
saídas da crise estão em disputa. Os progressistas buscam
constituir maioria na opinião pública. E as forças do atraso estão
a disputar.
Mostrar
o óbvio à maioria do povo brasileiro é o grande desafio.
O
contexto exige coragem e determinação.
O
momento clama: Tomar as ruas; Dialogar com a população com todos
meios disponíveis; Unificar nossas ações, fortalecer nossas
organizações.
Mexer
com a classe trabalhadora, antes que seja tarde, eis a grande tarefa.
É
óbvio que nós, do campo progressista, que estamos
resistimos ao retrocesso, queremos avanços a favor do povo.
Especialmente mudanças
na política econômica e reformas democráticas substantivas.
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