Tenho tido a honra de
representar os bancários de nosso sindicato na mesa de negociações
com a FENABAN (Entidade que representa os bancos).
Presencio, a cada
reunião, o esforço e a força dos argumentos dos trabalhadores,
habilmente expressos pelos membros do comando nacional, eleitos na
Conferência Nacional dos Bancários.
Os argumentos
escancaram uma realidade de sofrimento e dor, onde a exploração não
tem limites.
Mas a cada encontro,
vejo a insensibilidade dos bancos, expressos na fala, na postura e
nos argumentos dos representantes dos banqueiros. Defendem o
indefensável com a frieza contábil. Justificam o injustificável
com o cinismo dos mercados. Exercitam a intransigência, irmanada na
arrogância.
Até agora
tergiversaram, continuando a falar mais do mesmo, ou seja, colocando
empecílios para todas as demandas. A lógica do lucro acima da vida
fica evidente. Os acionistas, o tal mercado, entes não palpáveis,
são a quem se reportam.
Chegaram ao cúmulo de
afirmar que os “bancos não precisam tanto do trabalho bancário”.
Ora, sabemos (e eles também sabem!) que sem os bancários os bancos
não existem. Somos, sim responsáveis pelos enormes lucros.
E para arrematar
apresentam a proposta de 6,1% e pronto.
Sem aumento real. Sem
melhorias na PLR.
Nada de medidas
preventivas para evitar o adoecimento e para acolher os colegas que
perderam sua saúde trabalhando.
Nada de avanços na
proteção aos bancários vítimas de assaltos e na segurança das
agências.
Nada sobre as metas
abusivas e quanto ao assédio moral.
Nada para coibir as
demissões que campeiam nos bancos privados.
Nada de contratação
de mais bancários para darmos conta das demanda crescentes.
O momento de maior
sinceridade, creio eu, é quando levantam-se e vejo-os de costa,
retirado-se da sala.
Terminada a reunião,
acesso meu celular e acesso uma postagem no Facebook de minha esposa:
Ontem à noite dormi assistindo star wars, parte IV. Aí, tive um
sonho muito significativo. Sonhei que atendia a princesa Léia, pois
iria fazer uma perícia no INSS. No sonho seria como enfrentar o
malfadado.. Acabo a conversa com um sonoro: Que a FORÇA esteja
contigo! Tem lógica, não !?
Ainda
olhando a dispersão da reunião, penso na saga do Star Wars. olho,
saindo, o representante da Fenaban e imagino-o como
um Darth Vader, manipulado (consciente, creio eu) pelo império, os
bancos. E vejo a categoria enfrentando o malfadado, o imperial
sistema financeiro.
Me transporto para a
realidade cotidiana dos bancários. Eis o momento onde a vida
concreta se efetiva, onde presenciamos as dificuldades dos colegas em
executar o trabalho prescrito, devido às péssimas condições .
E o momento de maior
força interior é quando vejo nossa categoria se movendo.
Construindo a campanha salarial. Quando fica transparente que o
descontentamento é geral e que vai, passo a passo, transformando-se
em mobilização, em luta.
Não me paira nenhuma
dúvida que a FORÇA está com os bancários!
O momento de nossa
campanha salarial é de intensificar a mobilização e construir uma
grande greve dia 19 de setembro.
Quando tentam estimular
o individualismo, construímos a solidariedade, a luta coletiva.
Vamos mostrar, mais uma
vez, que sem bancário, os bancos param.
QUE A FORÇA ESTEJA CONOSCO. Vamos pra luta!
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