Os bancários mais uma vez deram grande demonstração de mobilização. Já faz parte do “DNA” da categoria a capacidade de lutar, condição para haver conquista.
Foi emocionante ver uma mobilização alegre, onde todos comungavam os mesmos objetivos. Mesmo nos períodos mais tensos da greve, não perdemos o sorriso e a tranquilidade. Com sol, chuva, em todos os horários, os bancários estavam nas ruas dialogando com a sociedade, espraiando suas reivindicações.
Muitas vezes no nosso dia a dia de trabalho não conseguimos nem conversar com os colegas. Os métodos de gestão impõem a competição, estimula o individualismo. Atuando isoladamente somos vulneráveis, adoecemos.
Na greve convivemos com objetivos comuns. Consolidamos amizades, exercemos a solidariedade. É um momento de elevação de consciência, de compreensão de que a luta coletiva é transformadora.
Um movimento grevista também é um dos principais momentos para elevar a consciência crítica da população. É uma oportunidade de as pessoas se enxergarem como conjunto transformador.
A aprovação das propostas coroa mais uma campanha vitoriosa dos bancários, em que enfrentamos um cenário econômico e político adverso.
Derrotamos a visão equivocada de que salário gera inflação. Garantimos a continuidade do modelo de valorização do trabalho, como forma de fortalecer o desenvolvimento econômico com distribuição de renda.
Desmascaramos, ainda, visões de administradores públicos, especialmente aqueles que têm origem no movimento sindical e nas lutas sociais, que tentaram desqualificar a greve, tentando intimidar os grevistas, não dialogando.
Comungo da visão do presidente da CUT, Artur Henrique, onde afirma que “devemos lembrar que no Brasil de hoje há ministros e presidentes de estatais que só chegaram lá porque fizeram greves ao longo de suas trajetórias. Esquecer-se disso é jogar contra a proposta de transformação social que tem nos guiado nas últimas décadas. Se queremos construir um novo modelo de desenvolvimento, com ênfase na distribuição de renda, na superação das desigualdades e na afirmação da liberdade, devemos repudiar tal comportamento demonstrado por algumas autoridades públicas nos últimos dias”.
Depois da greve, onde foi construído um clima de união, voltamos mais fortes para os locais de trabalho para enfrentar a pressão, o autoritarismo.
Nossa luta é cotidiana, travada no dia a dia, não somente na campanha salarial.
Voltamos ao trabalho com mais clareza da importância da luta coletiva para que hajam mudanças.
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