sábado, 2 de maio de 2015

TRAGÉDIAS DESMONTANDO FARSAS



“A história acontece primeiro como tragédia, depois se repete como farsa”. (frase de Karl Marx na sua obra 'O 18 do Brumário de Luís Bonaparte'.

Muitas vezes uma tragédia serve para escancarar farsas montadas pelas elites.

O primeiro de maio tem sua origem em uma tragédia.

O Massacre de trabalhadores em Chicago, escancarando a estupidez do capitalismo americano. Greve Geral e manifestações por melhores condições de trabalho gerou uma brutal repressão policial ocasionando a morte de dezenas de trabalhadores e cinco sindicalistas foram condenados à morte.

O neoliberalismo implantado no Brasil nos anos Collor/FHC foi uma grande tragédia para os trabalhadores brasileiros. 

Privatizações, desemprego, perda de direitos, soberania comprometida. Sofrimento, dispersão, falta de perspectiva.

Nos tempos atuais esse modelo busca voltar a se impor, como farsa, mais autoritários e gananciosos.

Duas tragédias tornam-se um divisor de águas, mostrando a farsa das gestões neoliberais e do descaso das elites para com os interesses populares.

A PL 4330 se for implementada será uma grande tragédia.

Mas o debate que provocou conseguiu mostrar, de forma muito clara, que é um projeto extremamente favorável aos empresários e prejudicial aos trabalhadores. 

A sanha das elites não tem limites. Elegeu um congresso serviçal que vai tentar enfileirar várias medidas danosas ao povo trabalhador.

A trágica repressão aos professores no Paraná, onde uma greve legítima é tratada de forma selvagem, mostra o DNA autoritário da direita brasileira, onde o PSDB tornou-se seu esteio.

O motivo do protesto do dia 29 - a tentativa de evitar a utilização do Fundo de Previdência dos funcionário para fazer caixa - mostra a visão de apropriação do Estado por estes setores, onde o povo é coadjuvante.

Essas tragédias trazem um novo fôlego para a luta social. Trás maior nitidez ao momento. Mostra quem está, de fato, ao lado do povo e a serviço de quem está a dita oposição. 

Ao ficar cristalino que os deputados estavam pagando a fatura de quem financiou suas campanhas, mostra a necessidade de uma substantiva Reforma Política, especialmente com o fim do financiamento empresarial.

Enfim, deixa claro a farsa que é nossa classe dominante. Fica evidente ser um erro acreditar que a estupidez é inofensiva. Para desencadear a cólera dos imbecis basta pô-los em contradição.

E, para desencadear a resistência dos trabalhadores basta construir objetivos comuns e apostar nas razões dos trabalhadores, menos nas razões governamentais e congressuais.

Onde existe vontade existe uma saída, mas antes de tudo tem que ter vontade. E é nas ruas, nas mobilizações que vamos achando os caminhos, pois “as sociedades que explicitam seus conflitos e criticam seus falsos consensos sociais aprendem a melhorar também como 'sociedade' e não apenas como mercado”. (Jessé Souza)

Agora é continuar disputando a opinião pública com verdades convincentes, buscando envolver mais e mais os trabalhadores e amplos setores populares e desconstituir as farsas que as elites armam, centralizados pela grande imprensa.

Resistir, avançando. Não baixar a guarda, muitos embates pela frente nos esperam.

Algumas tarefas mostram que ainda teremos “muitas emoções” pois “viver é muito perigoso!”

Cerco ao Congresso para evitar tentativas de retrocessos (maioridade; SUS; 4330;..)

Luta pela Mudança na Política Econômica Levyana. Impedir a implementação da MP 664,665.

Reforma Política com fim financiamento empresarial. Devolve Gilmar!

Fim do Fator Previdenciário.

Defesa do SUS

Regulação da mídia e apostar em alternativas.

Refuto que a o momento conturbado que o Brasil atravessa necessita de muita unidade e energia para evitar uma tragédia para os trabalhadores.

Mas também se apresenta a oportunidade de desmascarar as farsas construídas e de realizarmos mudanças progressistas, pois “a crise, a verdadeira crise, é continuar tudo como está” (Walter Benjamin)

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