sábado, 1 de setembro de 2012

ILUSÃO OU CONCEPÇÃO SINDICAL?




Não sou daqueles que pratica a política do não à tudo para marcar posições. Acredito na busca da unidade e de consensos que conduzam à luta e conquistas.

O momento exige a construção de propostas que unifiquem os trabalhadroes e potencializem a construção de grandes movimentos ofensivos unitários.

Precisamos resgatar as grandes causas, propostas que superem a pulverização do movimento sindical que via-de-regra gasta energias somente em lutas por categoria e disputas por espaços de poder.

A proposta apresentada pelo sindicato dos metalúrgicos do ABC de “Acordo Coletivo com Propósito Específico”, não contribui para esses objetivos. Mais ainda, abre as portas para retrocessos.

O elemento positivo da proposta, que possibilita avanços na Organização por Local de Trabalho, surge como moeda de troca para flexibilizar direitos, num perigoso precedente.

Ainda acredito que existe uma luta entre o capital e o trabalho e, no capitalismo, o capital prepondera. Apesar de avanços dos governos Lula/Dilma na área social, no quesito trabalho, poucos legados foram alcançados.

Para reverter essa situação devemos pautar o necessário debate visando uma grande ofensiva dos trabalhadores para que avanços sejam conquistados. Organização nos Locais de Trabalho, Garantia no emprego, proteção social (Fim Fator previdenciário; defesa SUS; etc), são consignas que unificam os trabalhadores.

A proposta olha o Brasil a partir do ABC. Propor que o negociado prepondere sobre o legislado não leva em conta a realidade de nosso país e do interior da maioria dos locais de trabalho. A correlação existente nos locais de trabalho não é favorável, tendendo a desarmar os trabalhadores nos escassos mecanismos de defesa que temos garantidos.

Peca pelo conteúdo e peca pela forma. O projeto não foi debatido amplamente com os trabalhadores, através de suas representações, mas já tramita na Casa Civil. Sem falar que está mais intenso o debate com os representantes patronais.

Não creio que avanços serão conquistados em negociações sem mobilizações efetivas. Seria uma ilusão sindical, ou seria uma concepção sindical? Ou ambas?

Precisamos barrar esse processo. Depois que for para o Congresso pode ser tarde. Conhecendo a correlação de forças do legislativo podemos ainda perder o que de avanço existe na proposta.

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