quarta-feira, 25 de abril de 2012

PORQUE USO SOFTWARE LIVRE?!



Nos tempos que se avizinham, a vitalidade do sindicalismo aferir-se-á pela capacidade para si autotransformar, por iniciativa própria e não a reboque da iniciativa dos outros, antecipando as oportunidades em vez de reagir à beira do desespero, acarinhando a crítica e respeitando a rebeldia quando ela vem de sindicalistas dedicados e com provas dadas. (Boaventura de Souza Santos)

Software Livre é um modelo baseado na solidariedade, na socialização do conhecimento e na distribuição dos resultados produzidos.

Software Livre é liberdade.

Portanto o movimento sindical, que busca a mudança social, precisa engajar-se de forma ativa e efetiva nesse movimento.

E a categoria bancária tem a responsabilidade de ser vanguarda nesse intento. É um dos setores onde a tecnologia é utilizada de forma mais intensiva.

Nosso principal instrumento de trabalho é o computador e o uso da tecnologia é exercido para aumentar a exploração e o controle sobre os bancários.

Devemos usar as vantagens da tecnologia para criar consciências críticas, protagonismos sociais, com estratégias de resistência e transformação ao modelo imposto.

Estamos trabalhando pela viabilização de uma alternativa concreta, buscando inserir a questão tecnológica no contexto sindical.

Assim estamos fortalecendo nossas ações, buscando a defesa dos direitos, qualificando os serviços à categoria, e contribuindo para um mundo com inclusão social e igualdade no acesso aos avanços tecnológicos.

Além disso...

Através do fornecimento do código-fonte, o usuário tem a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e aperfeiçoar o programa, o que contribui para que se chegue a programas de alta qualidade e performance.

Permite o desenvolvimento de softwares específicos e eficazes, que atendam plenamente suas necessidades de forma barata e confiável.

São programas seguros, livres de vírus, com compatibilidade entre as versões e não precisam de equipamentos de última geração para utilizá-los.

Me livrei do técnico, que eu pagava quase que semanalmente, pois o windows sempre “dava pau”. Ou era virus; a famigerada tela azul; etc. Sem falar do computador que com o tempo “ficava pesado”, forçando upgrade ou trocar de “máquina”.

Tenho orgulho de participar do SindBancários que busca, na prática, contribuir para superar a dependência de monopólios, desenvolvendo soluções tecnológicas para a categoria sendo abertas à sociedade. Para além do discurso, operamos quase que totalmente utilizando software livre, economizando recursos, sem perder em performance.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

10 ANOS A TODO GAS!

Os dominantes acham que conhecem o segredo das abelhas.
Mas o verdadeiro segredo das abelhas, é que elas não projetam seu fazer. Agem de forma instintiva.
Já os humanos podem projetar o fazer.
Conforme Marx, o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade.
Portanto, podemos mudar o mundo.
Os participantes do Grupo de Ação Solidária do SindBancários (GAS) há dez anos descobre e reafirma isso semanalmente.
Os colegas do GAS sabem que o segredo deles é buscar encobrir nossa humanidade, ou seja, nossa capacidade de conduzir nossos destinos.
Para isso mascaram a realidade, cujo ideal é que sejamos como as abelhas: Produzir sem pensar, questionar.
Mas os seres humanos não podem ser domesticados, enganados o tempo todo.
As contradições do sistema são de grande monta. As máscaras vão caindo, e o segredo da vida humana vai se desvelando.
Apesar das falsas aparências a realidade é produzida pela relação entre pessoas e grupos. Não são robôs e máquinas programadas que exercem o fazer social.
Entretanto o poder dominante tenta impor sua lógica apresentando-a como única possibilidade.
Mas o homem é um ser social.
A experiência do GAS demonstra que coletivamente, agindo solidariamente temos chances de superar dificuldades.
As conquistas individuais e coletivas foram possíveis pela ação de todos.
Isolados somos presas fáceis dos predadores.
O individualismo imposto é doença. O sofrimento dos trabalhadores nos locais de trabalho e o grande número de adoecidos atestam essa realidade.
O individualismo é contra a natureza humana. As pessoas sofrem quando estão encurraladas em sua solidão.
É a sociedade do anti-depressivo, das “pílulas da felicidade”. É preciso um remédio para, quimicamente, agindo internamente no organismo, compensar essa agressão externa, “a alienação da ação coletiva”.
Não é o coletivo sufocando a identidade, mas quando nos isolam, nossa identidade- que se forja socialmente - não aflora, vira patologia.
Isto é realizado quando sufocam liberdades, impõem situações de trabalho onde não temos autonomia, tendo que sujeitar-se, “sem choro”.
Sufocam nossa realização coletiva e individual. Sufocam quando inibem nossa criatividade, nossa possibilidade de decidir.
Conversar, conviver, criar espaços solidários, é saúde, é transformador.
O segredo do Grupo de Ação Solidária é que sabem disso e há dez anos praticam a solidariedade.
Parabens, esse exemplo nos dá força e certeza que é possível mudar o mundo e superar as dificuldades.

O Gas: O Grupo de Ação Solidária em Saúde é um espaço de reflexão e construção social coletiva, formado principalmente por trabalhadores vítimas de acidentes e doenças relacionados com o trabalho, afastados ou não. Tem por objetivo propiciar aos trabalhadores o compartilhamento de experiências, propostas de mobilização e ação sindical, reforçar e divulgar direitos básicos de cidadania, estimular a luta por saúde e condições de trabalho, organizar e conscientizar os trabalhadores na defesa por melhores condições de trabalho e saúde, bem como a criação de novos conhecimentos a partir da reflexão das práticas desenvolvidas.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

SINDICATEANDO FEZ QUE FOI MAS VOLTOU!


Vou tentar retomar as reflexões, por escrito, sobre o sindicalismo no meu blog.

Escrever é um ato de coragem. Escrever periodicamente é um ato de persistência. Pelo menos para mim, é um ato sacrifício.

Mas creio ser obrigação “colocar na tela” algumas singelas reflexões sobre o mundo do trabalho.

Assim podemos gerar o necessário debate para avançar em nossa luta.

Especialmente, se faz necessário reafirmar a importância do sindicalismo na história e, especialmente, no presente.

Atualmente estamos no meio de uma grave crise do capitalismo e, como sempre, o capital busca saídas que significam sacrifícios da população.

Já vemos isso no grande número de demissões e retrocessos nos direitos em alguns setores chantageados pelo capital. Buscam socializar os efeitos da crise com todos.

No mundo globalizado todos sentimos os efeitos das crises e também podemos aproveitar a situação para soluções progressistas.

O desafio de nosso tempo é fazer de cada avanço uma trincheira da qual seja possível ocupar novas posições do inimigo, e quando na resistência acumular forças para a superação do modelo capitalista.

Momentos de crise são também momentos de possibilidades, recolocam o posicionamento das classes na sociedade.

As brechas que a crise possa proporcionar precisa ser aproveitada, aprofundando o debate com amplos setores populares construindo saídas do ponto de vista dos trabalhadores, construindo grandes mobilizações.

Isso não será possível sem a ampla unidade, sem hegemonismos e posturas corporativistas. Muito menos devemos esperar pelo Estado, pois a tendência é que esse seja utilizado pelo capital.
A crise abre possibilidades de debatermos com os trabalhadores, mostrando os limites do capitalismo e mostrar que estávamos corretos quando denunciávamos o neoliberalismo e suas conseqüências.
Deu no que deu! Estávamos com a razão! Portanto ampliou nossa legitimidade para denunciar o modelo centrado no mercado.
O desafio é não ficar só na denúncia, buscar políticas concretas que materializem a superação do modelo.

Portanto o debate ideológico tende a acentuar-se. A ideologia é reproduzida cotidianamente, escamoteia a realidade, cria “consensos” que desvirtua a realidade garantindo a manutenção da dominação em uma sociedade imersa no fatalismo.

O momento exige elaboração teórica mas também de ação política concreta. Não de forma acomodada, como se encontra a maioria do movimento sindical, reagindo ao fato consumado, quando reage.

Mas de forma ativa, com presença nos locais de trabalho; buscando estudar e compreender as mudanças e elaborando propostas alternativas; afirmando nossa opção por uma sociedade mais justa, socialista.

Um sindicalismo com perfil de classe definido, contra a ordem, não compactuando em negociações que gerem confusão nos trabalhadores e falsas ilusões, na lógica do “dar os anéis para não perder os dedos”. Precisamos serrar os punhos e ir à luta!

A superação das dificuldades só se darão com o seu enfrentamento corajoso, unificando os excluídos, rompendo com a visão de meras lutas parciais.

Está cada vez mais claro para todos a estreita ligação entre conquistas imediatas de salário com a necessária superação do modelo econômico.

Precisamos descobrir os elos mobilizadores e com decisão aguçar as contradições, nunca minimizá-las.