“Haja hoje para tanto ontem.
E
amanhã para tanto hoje.
Sobretudo
isso”.
Leminski
Fantasmas do passado tomam corpo atordoando o Brasil
progressista.
Os piores esqueletos do conservadorismo saem do armário,
semeando ódio e pregando uma agenda retrógrada.
Uma ofensiva da direita que milita em várias partes do globo.
No Brasil foi facilitada por erros de diagnóstico do governo Dilma, que escolheu
caminhos contraditórios, opostos ao programa vitorioso nas urnas.
A esquerda atônita parece que entra para o armário sem
conseguir construir uma narrativa consistente.
Mas há resistência, especialmente dos movimentos sociais.
No mundo também, em várias partes, a população questiona as
políticas de austeridade e as tradicionais formas de representação, onde as
elites se mantém no poder através de conluios e manipulações, de costas para a
maioria social.
Urge colocar na ordem do dia uma pauta de futuro que leve os
brasileiros a pensar numa agenda de desenvolvimento, com emprego e renda e com
democracia substantiva.
FRENTE BRASIL POPULAR
Eis que surge a grande novidade da conjuntura, a Frente
Brasil Popular. Apostando na luta presente, busca ser um instrumento para romper o cerco conservador e
articular um novo centro de gravidade, que leve o Brasil a reencontrar o
caminho soberano, com igualdade e desenvolvimento sustentável, um caminho de
futuro.
A grande tarefa é organizar a resistência, superando a
postura defensiva, operando a necessária contraofensiva popular.
Dois principais obstáculos precisamos superar:
Tentativa de golpe, que está em pleno curso;
Política econômica com um ajuste fiscal que afeta os de
baixo, preservando as elites e que potencializa a crise política;
É A POLÍTICA, ESTÚPIDO!
A economia de um país não é uma planilha de excel, cálculos atuariais, onde as pessoas, as relações sociais parecem não existir.
Ajustes, macro, micro, superávits. Apertem os cintos.
Quem comanda a nave?
Quem aperta o cinto, o povão.
Quem é beneficiado, o rentismo.
Eis a questão.
Rentismo no comando, eis a escolha.
Trabalho subjugado com objetivo de diminuir o custo do
trabalho.
Pode ser diferente. Existem caminhos alternativos.
Questão de escolha: não se render ao simulacro do terrorismo
econômico.
GRAVIDADE
Puxam para o espaço rentista.
Os juros para a estratosfera.
Precisamos fazer funcionar a lei da gravidade e puxar para o chão popular.
Senão criar-se-á um buraco negro onde sumirão nossos
direitos e conquistas.
A história brasileira, em tempos de crise, mostra que as
elites sempre conseguiram impor suas soluções antipopulares.
Ou com saídas autoritárias, ou pelo centro.
Ambas estratégias estão sendo ensaiadas e operadas.
Clausewitz apontava que para derrotar o inimigo é necessário
atingir seu centro de gravidade.
Pois bem, as elites vêm praticando um persistente ataque ao
centro de gravidade do projeto progressista, ao PT e suas lideranças.
Por conseguinte, atinge a esquerda como um todo, alimentando
o ódio, remexendo os piores esqueletos da reação.
E o governo cercado, sucumbe às chantagens, embretado numa
situação de questionamentos sociais, sendo atacado incessantemente.
Diante dessa situação, é preciso dar um recado contundente
ao Governo Dilma: muda a política econômica ou a política econômica ampliará o
abismo com os anseios do povo e poderá facilitar os intentos golpistas.
ROMPER O CERCO
“As forças morais estão entre os assuntos mais importantes da guerra. Elas impregnam tudo. ” (Clausewitz)
“As forças morais estão entre os assuntos mais importantes da guerra. Elas impregnam tudo. ” (Clausewitz)
Para romper o cerco é preciso reorganizar nosso exército e
contra-atacar.
Parar de recuar, equilibrar o centro de gravidade, onde os
movimentos sindicais e populares são decisivos.
Para reorganizar é preciso elevar a moral da tropa.
Ter propostas unificadoras, que encantem o povo, com um projeto de futuro que tenha nitidez.
Ter propostas unificadoras, que encantem o povo, com um projeto de futuro que tenha nitidez.
Para isso é essencial mudar a política econômica, construir
ampla mobilização por reformas populares.
Para além de eleições parlamentares, defender uma agenda
popular, não dependendo de agenda governamental.
É essencial organizar a resistência contra os ataques às
conquistas e aos direitos dos trabalhadores, que vem de vários lados:
Congresso; judiciário, governos federais e estaduais, articulados pela mídia
conservadora.
Os militantes e suas organizações precisam sair da “zona de
conforto” e dedicar-se a construir a Frente Brasil Popular com força e com
vontade.
Uma frente que precisa praticar ampla unidade e ter
capacidade de aglutinar o povo trabalhador, apontando os caminhos para os
avanços populares.
Enfrentar o hoje, preparando o futuro.
De volta para o futuro.