terça-feira, 20 de setembro de 2011

JUNTOS SOMOS FORÇA!



A greve se anuncia.
Não nos deixam outra alternativa.
É hora de dar um basta!

“Passei por situações de isolamento, fui vítima de fofocas, descrédito, considerada como alguém sem espírito de cooperação, afimaram que eu estava com baixo rendimento e poderia perder minha função de caixa. Tudo isso causou-me forte sofrimento emocional, e até dores físicas.Sou motivo de críticas de colegas Caixas, Gerentes e Assistentes por fazer pausa de 10 minutos após às 16h, quando não há mais cliente esperando nas cadeiras, sendo que teria direito a 10 min de pausa a cada 50 minutos trabalhados no caixa. A NR 17 não é respeitada. Os colegas sentem-se sobrecarregados por culpa minha. Sinto-me constrangida quando vou ao banheiro ou leio emails (...) Tenho feito minha parte, tenho filho de 1 ano e sacrifiquei a amamentação para trabalhar até mais tarde. Minha agência "não tem estrutura" para que eu saia alguns dias às 18h. Chego à agência mais cedo em alguns dias da semana e saio mais tarde quase todos os dias.”

“O clima na agência está péssimo. Os funcionários estão desmotivados e sobrecarregados de trabalho e em nenhum momento isto é reconhecido. O trabalho que cada um executa precisaria de, no mínimo, duas pessoas para executar com agilidade e corretamente (...) todos os dias são mais cobranças e pressão. Cada meta não cumprida, gera uma 'enorme decepção', aumentando as ameaças de demissão. É comum vermos colegas chorando ao longo do dia.” (1)

Tudo tem limite!
Assim não pode continuar.

Os métodos de gestão dos bancos impõe o individualismo, a solidão, a concorrência entre colegas.

“A lealdade e a confiança são corroídas e são trocadas pela desconfiança e o contrangimento de vigiar o comportamento dos colegas, logo considerados como adversários”. (2)

Nossa resposta é a união, a confiança mútua, a mobilização de vontades.
O coletivo é nossa força.

Vamos romper com a violência dos bancos, abrir uma porta frente ao muro do silêncio.

Construir uma grande mobilização, com união, participação e atitude.
Não vamos dar o gostinho aos banqueiros de nos ver divididos, dispersos.

Uma categoria em movimento, organizada e unida, é força, é o antídoto à ganância, à prepotência e à violência dos bancos.

Vamos construir uma grande rede de vozes, com as pessoas lado-a-lado, em movimento.

Vamos ecoar nossa indignação e nossa vontade de mudanças.

“Num eco que reconheça a existência do outro e não tente dominar ou emudecer o outro.

Um eco que se transforma em muitas vozes, em uma rede de vozes que, diante da surdez do poder, opte por falar ela mesma sabendo-se uma e muitas, conhecendo-se igual em sua aspiração a se fazer escutar.

Uma rede de vozes que nasce resistindo, reproduzindo sua resistência em outras vozes ainda mudas ou solitárias.
Segue uma grande bolsa de vozes, sons que buscam seu lugar ao lado de outros”. (3)

Vamos gritar juntos um grande Basta!

Vamos juntos construir uma grande mobilização, uma grande greve.

Ombro-a-ombro, vendo-nos como iguais, mesmo nas diferenças.

Unidos somos força.

Assim venceremos.

À luta companheiros e companheiras!


(1) Depoimentos da Campanha tudo tem limite do SindBancários
(2) Christoph Dejours - psicanalista, estudioso sobre organização do trabalho e saúde dos trabalhadores
(3) Declaração do Exército Zapatista de Libertação Nacional - México