domingo, 13 de dezembro de 2015

TEMPOS DE DEFENDER O ÓBVIO




Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?” Brecht

É óbvio que está em marcha uma tentativa de golpe à soberania popular.



É óbvio que a democracia está em xeque, onde as elites buscam retomar o controle da agenda econômica, política e social.



É óbvio que se o golpe for consumado, os trabalhadores serão os maiores prejudicados pois a agenda retrógrada anda junto com a tentativa de apear do poder a presidenta legitimamente eleita.



É óbvio que não existem motivos jurídicos, legislativos, constitucionais para legitimar a intenção golpista.



É óbvio que a pauta dos articuladores do golpe buscam o estado mínimo, destravar as amarras para privatizações, diminuir o custo do trabalho modificando legislações, beneficiando o grande capital.



É só analisar com atenção as propostas do então candidato a presidente Aécio, ver com atenção as medidas do governo Alckmin em São Paulo, Richa no Paraná, Sartori no Rio Grande do Sul, entre outros. Também é balizar avaliar minuciosamente a proposta “Pontes para o Futuro” do PMDB.



É um óbvio ululante que o PSDB de Aécio articulam o golpe há muito. Mas também é óbvio a postura de Michel Temer na mesma balada. Só os cegos, os golpistas e os idiotas não veem a conspiração de Temer.



É óbvio que via Congresso Nacional sob comando de Eduardo Cunha, um salafrário conhecido a muito (tão óbvio), implementa várias medidas contra o povo: terceirizações; abertura capital das estatais, criminalização da mulher em situação de aborto, maioridade penal, etc.



É obvio que a grande imprensa é sócia e patrocinadora do golpe.



Também, não deixa de ser óbvio, a equivocada escolha do governo Dilma por uma política econômica recessiva que afasta sua base de sustentação, potencializando a crise política.



Portanto defender o óbvio é tarefa central.



Acima de tudo defender a democracia é a grande causa do momento.



Mas devemos debater o porquê para grande parte da população essas questões não são tão óbvias.



A opinião pública está em disputa. O povão está assistindo, não têm plena consciência da gravidade da crise.



A esquerda tem propostas de futuro mas ainda não foram assimiladas pela classe trabalhadora, eis um desafio essencial.



Não basta lutar, precisamos saber pelo que estamos lutando, unificando nossas bandeiras de luta e traduzindo adequadamente para que sejam assimiladas pela classe trabalhadora.



As saídas da crise estão em disputa. Os progressistas buscam constituir maioria na opinião pública. E as forças do atraso estão a disputar.



Mostrar o óbvio à maioria do povo brasileiro é o grande desafio.



O contexto exige coragem e determinação.



O momento clama: Tomar as ruas; Dialogar com a população com todos meios disponíveis; Unificar nossas ações, fortalecer nossas organizações.



Mexer com a classe trabalhadora, antes que seja tarde, eis a grande tarefa.



É óbvio que nós, do campo progressista, que estamos resistimos ao retrocesso, queremos avanços a favor do povo. Especialmente mudanças na política econômica e reformas democráticas substantivas.